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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Coelho que Cruzou o Mar



O Coelho que Cruzou o Mar



“Era uma vez um coelho branco que queria cruzar o mar. Em meio às ondas, ele sempre avistava uma bela ilha, e sentia um grande desejo de ir até lá. Mas ele não sabia nadar e não havia barcos ao redor. Então teve uma ideia.

Chamou um tubarão que nadava por ali e perguntou:

-Diga-me, senhor tubarão, qual de nós dois tem mais amigos, eu ou você?

-Com certeza tenho mais amigos- respondeu o tubarão.

-Bem, vamos contá-los para comprovar- falou o coelho. - Por que não alinha todos o seus amigos no mar entre este local e aquela ilha? Então eu poderei contá-los.

Todos os tubarões se alinharam no mar, e o coelho seguiu saltando sobre suas costas, contando:

-Um, dois, três, quatro, cinco...

Finalmente, o coelho alcançou a ilha. Então ele voltou até os tubarões, e disse:

-Ha, ha, seus tubarões estúpidos! Eu certamente enganei vocês. Fiz com que formassem uma ponte para mim, sem que se dessem conta disso.

Os tubarões ficaram muito bravos. Um deles avançou sobre o coelho e o alcançou com os dentes afiados, arrancando um pedaço de seu pelo.

-Oh, isso dói! – gritou o coelho a chorar.

Nesse momento, o rei da ilha passou por ali.

Ele perguntou ao coelho qual era o problema, e ao ouvir a história, disse:

-Você nunca mais deve enganar os outros e contar mentiras. Se prometer ser bom, lhe direi como você poderá conseguir seu pelo novamente.

-Oh, eu prometo! – respondeu o coelho.

O rei recolheu juncos e fez um ninho com eles.

-Agora, durma aqui nesse ninho de juncos durante toda a noite e seu pelo crescerá de volta – ordenou o rei.

O coelho fez como lhe foi dito. Na manhã seguinte, ele foi até o rei e agradeceu:

-Muito obrigado, meu pelo cresceu de volta e me sinto bem novamente. Obrigado! Obrigado!

O coelho saiu pulando, dançando e cantando. E nunca mais enganou ninguém.” 

Obs.:Livro de consulta: As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas, Livro 01,2005, pág. 91, Editora JBC.

Análise do texto:

A história nos deixa três ensinamentos:

O primeiro, mostra um indivíduo acomodado, que aspira transpor para o Além, no caso, exemplificando pela imensidão do mar, que após este mundo terreno, pressente uma bela ilha.

Como o personagem da história não se preparou durante toda a sua vida terrena para esse dia, não tinha aptidões para essa travessia, e resolveu usar a trapaça para atingir seu alvo.

O segundo ensinamento nos alerta para que não venhamos ferir ou prejudicar o próximo, apenas para atender os nossos desejos ou as nossas vaidades.


O terceiro nos ensina que um arrependimento sincero, nos purifica e nos liberta.

Toda esta bela história é um alerta para que cada um de nós fiquemos duplamente vigilantes nesta vida terrena.




 Escrito por: Yoshio Nouchi

O Vendedor de Sandálias



O Vendedor de Sandálias

“Há muito, muito tempo, em certo lugar, viviam um velhinho e sua esposa. Eles eram honestos, mas extremamente pobres. Um dia, perto do fim do ano, os dois escutaram algumas crianças cantando do lado de fora da casa.

A canção que as crianças cantavam era assim:

“Oh, Senhor Ano Novo, onde está você?

Estou bem atrás das montanhas de neve.

Oh, não se esqueça de nos trazer doces e lembranças.

Sim, darei bolinhos mochi redondos para as crianças”.

Ouvir as crianças cantando sobre o Ano Novo fez com que o velhinho e sua esposa se sentissem muito tristes e sozinhos. Isso porque este ano eles não tinham dinheiro e não podiam celebrar o Ano Novo.

- Oh, querido – a esposa idosa suspirou. - O Ano Novo é depois de amanhã e nós não temos nenhum arroz. Assim, não podemos fazer bolinhos mochi. Não teremos nenhum mochi para comer no dia de Ano Novo, e Ano Novo sem mochi não é Ano Novo.

O velhinho se sentou triste ao seu lado, balançando a cabeça. Mas, de repente, teve uma ideia.

- Eu sei o que farei. Levarei as sandálias de palha para o povoado e as venderei em um instante. Com o dinheiro poderemos comprar algum arroz e fazer bolinhos mochi.

O velhinho foi ao povoado, carregando as sandálias de palha em uma longa vara apoiada sobre as costas. Era um dia muito, muito frio, com vento forte e repleto de neve.

Ao chegar ao povoado, começou a caminhar pelas ruas gritando:

- Sandálias de palha! Sandálias de palha!

Mas todos estavam muito ocupados e ninguém queria comprar sandálias de palha. Ele prosseguiu caminhando, caminhando e gritando:

- Sandálias de palha! Sandálias de palha!

Porém, não conseguiu vender um único par.

Logo depois, outro homem idoso veio pela rua vendendo carvão vegetal. 
Ele gritava: - Carvão! Carvão!

Os dois velhinhos se encontraram na rua e começaram a conversar.

- Como vão os negócios? – perguntou o vendedor de carvão.

- Terríveis! – respondeu o vendedor de sandálias. – Eu ainda não vendi um único par. Todos estão ocupados demais se preparando para o Ano Novo.

- Eu também não consegui vender nenhum carvão – disse o outro. – Venha, vamos caminhar juntos para ver se temos maior sorte.

Assim, eles se puseram a andar juntos.

- Sandálias de palha! Sandálias de palha! – gritava um.

- Carvão! Carvão! – gritava o outro.

Mesmo assim, eles não conseguiram vender nenhuma mercadoria. O tempo foi passando, passando, e suas vozes foram ficando mais e mais fracas. Também estavam com muito frio, e nevava ainda mais. Finalmente, escureceu por completo, e eles não tinham feito uma única venda. Desse modo, decidiram parar e voltar para casa.

Então, o vendedor de carvão disse:

- É realmente muito ruim levar para casa as mesmas coisas que trouxemos. Por que não trocamos? Assim, você poderá levar meu carvão para casa e eu levarei suas sandálias de palha.

- Essa é uma boa ideia – concordou o vendedor de sandálias. Assim, eles trocaram de mercadoria e foram embora.

Quando o vendedor de sandálias chegou em casa, sentia muito frio. Ele contou à velha esposa as más notícias: não conseguira ganhar um único centavo.

- Mas pelo menos eu trouxe esse carvão – ele disse à mulher. – E nós podemos nos aquecer.

Assim, acenderam a lareira com o carvão e sentaram-se em volta para se aquecer. Porém, caíram no sono, e não notaram a presença de um minúsculo ogro, que pulou sobre o fogo e se escondeu em seu armário para observá-los. O ogro tinha apenas uma polegada de altura, mas se parecia com o vendedor de carvão que o velhinho encontrara naquele dia.

Após o velhinho e sua esposa irem para a cama, o ogro saiu de seu esconderijo e disse: - Hoje, eu senti pena desse pobre velhinho e lhe dei esse carvão mágico. Toda fagulha que cair de seu fogo se transformará em um pedaço de ouro. Depois, o ogro desapareceu.

Desse modo, quando o velhinho e sua esposa acordaram na manhã seguinte, encontraram uma grande pilha de ouro perto da lareira. Eles ficaram muito surpresos e também muito felizes. Assim, puderam comprar todo o arroz que quiseram, e fizeram mochis deliciosos no Ano Novo. E o velhinho nunca mais teve de sair na neve para vender sandálias de palha.” 

Obs.: Livro de consulta: As História Preferidas das Crianças Japonesas, Livro 02, 2005, pg. 58, Editora JBC.

Análise do texto:

Apesar da não realização dos desejos terrenos, se mantivermos boa vontade,pureza nos pensamentos e no coração, os auxiliadores estarão coletando estas boas sementes e plantando lá num outro mundo mais fino, demonstrando que nós não devemos separar as nossas vidas do Aquém e do Além, sendo apenas uma coisa única, que outros auxiliadores estarão tecendo fios do destino favoráveis ou desfavoráveis, conforme o nosso proceder.


Segue um ditado que se enquadra nesta história:

“Muitas vezes, a não realização dos desejos terrenos é o melhor auxílio”.


    
      Escrito por Yoshio Nouchi

Como Narrar Histórias


Como Narrar Histórias

Podemos narrar algumas histórias japonesas em vários níveis.
Para as crianças, contando da forma mais infantil possível; para um pré-adolescente sendo um pouco mais severo, esclarecendo que podemos receber boas reciprocidades ou não, expressando-se de uma forma suave, mas carregada com um pouco mais de severidade.

Para um adolescente, já apresentando a história com um tom mais grave, o que fizeres aqui também reflete lá, algo como esta sentença: “o que semeares, colherás multiplicado.”

Para o adulto, precisamos ser o mais severo possível, porque de outro modo não surtirá aquele efeito desejado.
 
O educador deve ter cuidado e bom senso, para saber dosar, e assim, não gerar insegurança ou medo nas crianças.


Seria como um botão de rosa; ele deve desabrochar naturalmente, caso contrário,
virá a prejudicar ou até danificar todo o seu desabrochar.


                                             Escrito Por: Yoshio Nouchi

Como Surgiu Esse Link II


Como Surgiu Esse Link II

No ano de 2007, numa reunião com o grupo de jovens antes do ensaio semanal do Taiko (Tambor Japonês), levei um livro das histórias para crianças japonesas, já traduzido na versão em Português. Me recordo de ter contado duas histórias deste livro, e todos se encontravam sentados em círculo, num canto da quadra de esporte.
Fui contando normalmente, como manda uma leitura didática ou como o raciocínio já sabe fazê-lo.
Após passar algumas horas, veio a surpresa; intuitivamente me despertou esta vontade de contá-las. Essas histórias têm um profundo valor, se analisarmos com calma, podemos extrair todo o valor contido nestas Profecias e Revelações, que chegou a posteridade na forma de conceito.
Creio que algumas centenas de anos atrás, deve ter passado nestas regiões um poeta muito inspirado que tinha capacidade de haurir de puras fontes, ou um mediador do Altíssimo, para alertá-lo de que o proceder daquela época iria influenciar nos fios do destino de cada um, sendo que o nosso proceder atual também irá influenciar nos nossos caminhos e destino futuro.
Daí surgiu o desejo de me aprofundar nas leituras dos livros infantis.
Só agora, conseguindo disponibilizar tempo, estou reiniciando esse trabalho e assim, divulgando a outras pessoas.
Assim, espero estar contribuindo para despertar aqueles que anseiam pela Verdade, mesmo sabendo que para os tempos atuais, estas Profecias e Revelações entoam meio estranhas e desajeitadas.       

                                                                                   
 Escrito Por: Yoshio Nouchi

Voltar a Simplicidade


Voltar a Simplicidade


Vamos tomar um exemplo bem conhecido de história para as crianças, em que dois personagens têm como objetivo a bandeirada de chegada. O primeiro costuma ver a estrada como algo normal, não se importando com a poeira, ou a lama, tratando todos esses fatores que estão à sua frente como algo natural, e ainda apreciando cada detalhe, cada novidade com serenidade ou entusiasmo, e assim, por mais longe e difícil que seja, podemos concluir que ele vai chegar à reta final.
Se o segundo olha a caminhada com diversas formas de pensamentos, talvez, como quem não pode perder tempo, atuando sempre na correria, atropelando outros fatores que poderiam enriquecer o eu interior, como se o tempo significasse apenas um fator para acumular riqueza ou ganhar prestígio, e ainda olhando com arrogância e presunção aqueles que vêem a caminhada com simplicidade;  é muito provável que este segundo personagem não vá aproveitar a vida naquela finalidade que foi desejada para cada um.

Assim, podemos concluir que a corrida do coelho e da tartaruga, hoje muito comum na cultura de vários povos, é um alerta e um ensinamento para o nosso proceder terreno e espiritual.
 
O primeiro, apesar do seu lento mas contínuo esforço, pode receber a bandeirada de chegada, ou podemos dizer, sem presunção no pensar e na sua forma simples de atuar, valorizando cada passo, que chegou ao destino.
O outro, com excesso de vaidade e com várias formas de pensamentos, apenas supôs que já estava lá, mas no fim, perdeu a corrida.

Conosco, seres humanos, acontece a mesma coisa; se ficarmos supondo que ainda temos muito tempo, que podemos aguardar e refrescar debaixo de uma boa sombra, ou que podemos ficar olhando com arrogância em relação ao próximo, estamos sim, perdendo tempo precioso nesta longa caminhada pela vida, e a bandeira de chegada, não será agitada para todos.

Assim, podemos deduzir que todos os povos foram alertados, não havendo um que deixou de receber algumas mensagens neste teor de auxílio e advertência.                                      

Voltar a atuar na simplicidade, na pureza dos pensamentos, hoje se tornou difícil para muitos, a vaidade e essa mania de presumir sobre tudo, exclui a possibilidade de compreender toda a grandeza contida na Criação.
                                                                           


Escrito por: Yoshio Nouchi